Madagascar é primeiro país do mundo a sofrer fome extrema pela crise climática, alerta ONU
A região sul da ilha de Madagascar está enfrentando a pior seca dos últimos 40 anos, somando mais de 1,14 milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar
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Apesar de habitarmos o mesmo planeta, os impactos da crise climática não são sentidos da mesma forma por todos. E essa necessidade urgente de olhar para diferentes contextos socioeconômicos com estratégias distintas é endereçar ajustiça climática nessa agenda. O termo reconhece a mudança climática como responsável por diferentes aspectos sociais, econômicos e de saúde pública sobre as populações desfavorecidas.
E foi dentro deste contexto que, na última sexta-feira (25/06), a ONU declarou que Madagascar é o primeiro país do mundo a sofrer com a fome extrema devido à crise provocada pelo aquecimento global.
A atual situação do arquipélago está causando secas profundas que obrigam os moradores a comer gafanhotos, folhas de cactus e até mesmo barro em certos períodos, segundo a organização advertiu em relato oficial. Isso ocorre quando aqueles que ainda apresentam condições um pouco melhores de saúde deixam suas casas em busca de alimentos e voltam de mãos vazias.
A região sul da ilha de Madagascar, por exemplo, está enfrentando a pior seca dos últimos 40 anos, somando mais de 1,14 milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar. “Famílias estão sofrendo e até morrendo de fome severa e isso se deve à crise climática. Embora esta área do mundo não tenha contribuído em nada para as mudanças climáticas são eles que pagam estão ‘preço mais alto’”, declarou David Beasley, diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA)da ONU, em comunicado.
A localização remota de muitas comunidades, juntamente às estradas danificadas, tem atrapalhado a chegada de trabalhadores humanitários à área.
O PMA também declarou que o nível de desnutrição aguda global (GAM) em crianças menores de cinco anos no país quase dobrou nos últimos quatro meses, chegando a 16,5%. Sendo que o distrito de Ambovombe, um dos mais afetados, a taxa GAM chega a 27%, o que indica um cenário de risco de vida para muitas crianças.
Desde o final do ano passado, o PMA tem trabalhado em colaboração com o governo malgaxe, entre outros parceiros, para lidar com a fome severa no país. No entanto, à medida que a crise se aprofunda, esses esforços devem ser intensificados. O programa precisa c de US $ 78,6 milhões para fornecer alimentos para a próxima temporada de escassez para ajudar a impedir que uma tragédia ainda mais trágica e evitável ocorra.
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