Por villorBlue:
“São as pessoas que dão poder aos tiranos. Por isso elas são mais dignas de desprezo do que os ditadores de ódio.” – La Boétie (1548, “Servidão Voluntária”)
O golpe “burgues/auto-democrático” de 2016 substituindo a centro-esquerda – centro-esquerda não é totalmente à esquerda do capitalismo – e colocado em marcha a partir de 2013, provou mais uma vez que nada se faz sem o consentimento das massas.
Histórica mente, o brasileiro acostumou, em seu tenebroso tempo de repressão entre 1964/85, a depender do poder judiciário para tudo e esta seria uma das piores consequências da autocracia militar que a nação sofreu.
Íamos parar na justiça quando tínhamos uma causa trabalhista para resolver, quando o correto seria encaminhar as diferenças para a luta de classes, essas lutas teriam que ser encaminhadas com as comissões criadas em nossos locais de trabalho, e quando as diferenças tomassem maiores proporções, os sindicatos/federações/confederações entrariam para resolver qualquer problema, neste caso o extremo seria parar ou tomar para si a produção burguesa. Quando o cãozinho do vizinho evacuava no nosso jardim, íamos na justiça para resolver a questão para ver quem estaria certo ou errado – o cão, o vizinho ou o dono do jardim -. Citando estes dois casos apenas como exemplo. Porém a analogia pode servir para tudo o que vem a seguir.
Inflamos a justiça – isso pode ser lido a nível massivo/mundial – a um patamar insuportável, o poder judiciário brasileiro custa quase 100 bilhões por ano, 90 bilhões em 2016.
A 54 anos a justiça brasileira se sente como o “deus do Olimpo” contemporâneo, tudo passa por ela, desde onde descartar uma frauda na natureza, até destituir uma presidenta eleita legitimamente pela maioria do povo.
Nos acovardamos e nos acomodamos a tal ponto que não mais conseguimos respirar sem o aval da justiça.
O correto, seria que, nos defendêssemos horizontalmente em coletivos, os coletivos se defendessem em bairros ou localidades, as localidades ou bairros se defendessem em municípios democráticos diretos e estes em federações democráticas, todos estes órgãos de defesa sem profissionalismos ou cargos renumerados, usando o sistema de democracia direta.
Neste caso, demandaria um grande consumo de energia humana e muita confiança em nós mesmos.
Como podemos perceber, mais de meio século criando um monstro e ele agora nos consome a todos, o monstro nos cobra isso, o criamos, o alimentamos, ele agora requer o seu preço, o poder absoluto.
É urgente começarmos a pensar qual futuro queremos para a nação brasileira. se uma nação auto/judicecrata ou uma nação onde realmente sejamos felizes.
São as massas que empoderam os tiranos. E como tal, somente as massas tem o poder de tira-los, caso contrario, colocaríamos no poder outros grupos tiranos, ou outra figura tirana como preferirem.
Este é o preço que temos que pagar quando tiramos os “interesses antagônicos“ das lutas de classe e os transferimos para as instituições burguesas soluciona-las confiando em sua imparcialidade.
O juiz Sérgio Moro e a presidenta do STF Carmen Lúcia recebem homenagem do:
cafetão, explrador do lenocinio e dono de prostíbulo de luxo Oscar Maroni
Esta é a hora de começarmos a riscar o “poder judiciário” do nosso subconsciente e partirmos do zero.
Leia também: Procurador Geral de BH gasta R$ 63 mil reais para voar em avião fretado até Brasília, enquanto os voos regulares entre as cidades custam R$ 1 mil